quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz Natal (atrasado) e um 'extrovertido' Ano Novo!

Oi gente! Apareço aqui novamente para desejar a todas as pessoas tímidas (ou não) que visitam o meu blog (ou não :P), um ótimo 2011! Que possamos superar a nossa timidez, que possamos ter mais coragem para falar com as pessoas, aproveitar as oportunidades, mesmo que seja difícil dizer um "SIM" quando na verdade desejamos dizer "não", só porque é mais "confortável".

O Natal eu passei na casa da minha madrinha e de outros tios meus. Meu irmão, que é totalmente o oposto de mim, foi a sensação da festa! Ele é um verdadeiro profissional da dança! Eu gosto de dançar, mas na frente de familiares eu travo totalmente, então, a minha alternativa foi filmá-lo com uma câmera enquanto ele dançava com a namorada/noiva (foi ele quem a ensinou). (Desta vez a câmera foi o meu "escudo" pra me enturmar (:D)).
O video eu deixo aqui abaixo pra vocês darem uma olhada. Eu não apareço (lógico! XD), afinal sou eu que estou filmando.


 

Lá na festa, mesmo sendo entre família, a gente sempre acaba encontrando pessoas desconhecidas, e então começam as apresentações...
Uma de minhas primas, que mora em Salvador-Bahia, apresentou a filha, marido e a sobrinha (que mais parecia irmã) do marido.
A sobrinha foi a que mais me chamou a atenção, porque ela se expressava muito bem ao falar. Não sei se vocês já sentiram essa sensação, mas ao ver o seu modo de falar eu pensei "Que maneira bonita de falar! Gostaria de me expressar assim também." Me pareceu muito simpática! Porém, só uma coisa me deixou meio sem ação, pois enquanto ela conversava com a esposa de um outro primo meu, ela disse que não gostaria de ser como eu, já que a timidez atrapalha na hora da comunicação. O jeito que ela falou, foi como se a minha timidez fosse algo errado, quase um pecado (por dizê-lo de alguma forma). Na hora da despedida, eu a perguntei se ela era professora, ou alguma coisa parecida e ela respondeu que sim, que dava aulas lá em Salvador.


Em contra-partida, há quem goste do meu jeito de ser. A esposa desse primo que eu falei, disse que gostaria de ser como eu, já que muitas vezes ela fala pelos cotovelos e acaba metendo os pés pelas mãos em uma ou outra situação, e que na verdade, a minha timidez até ajuda quando não se pode dizer o que não deve. Ela também disse pra eu não ligar quando alguém quiser tentar me mudar, porque o meu jeito é simples e único.
É interessante como pode-se perceber diferentes visões numa só festa, e como algumas pessoas podem baixar o seu astral e outras, logo em seguida, elevá-lo... (ainda bem que não foi o contrário)


Bom, por esse ano é só. Espero que o ano de 2011 seja o ano em que nós tímidos poderemos divertir-nos intensamente, amar e sermos amados, falar e sermos ouvidos, dançar sem sermos notados (ha ha XD)... o ano em que todos nós poderemos alcançar todos os nossos objetivos. Existem tantas coisas que desejamos em nosso coração, que às vezes até esquecemos de pedir na virada do ano, mas que certamente quando a gente menos espera acontece, e a única coisa que podemos fazer é ACREDITAR.

FELIZ ANO NOVO!!! ☼

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O (tímido) Sexto Sentido

Como eu já havia dito anteriormente, desde o começo do ano eu estava fazendo um curso na igreja que se chama "Escola da Fé". Esta semana termina. Mas antes de acabar, todos nós participamos de um retiro. Eu também havia comentado que esse tipo de "atividade" praticamente nos obriga a largar a timidez; pedem pra gente pular enquanto canta e faz com que a gente dance mesmo sem querer. É até divertido! Eu, pelo menos, faço todo o possível pra deixar um pouco de lado o meu jeito "fechado" de ser. Por fora -como aconteceu nesse dia- eu posso estar bem animada, alegre, mas por dentro eu digo "Ai, espero que isso acabe logo, meu Deus!" (:D)

Um dos pregadores, -que tem mais ou menos a minha idade- disse que antes de entrar para a igreja ele era muito tímido; que se trancava dentro do banheiro, quando tinha visitas em casa, e só saía quando as mesmas saíam. Isso me fez lembrar uma professora de psicologia que eu tinha, pois ela fazia a mesma coisa.
Olhando para os dois, é praticamente impossível dizer que eles já foram tímidos alguma vez na vida. Falam muito bem, se expressam muito bem. São pessoas que eu considero extrovertidas.
Essa professora de que eu falei me ajudava muito no colegial, me dava várias dicas, que no final eu até consegui me soltar mais, mas não o quanto eu gostaria. Bom, dar dicas é uma coisa, agora praticá-las ao pé da letra é outra. ( ha ha XD)


O retiro já tinha acabado, e minha mãe e eu já estávamos prestes a ir embora, quando de repente, ela resolve ir dar um abraço no rapaz que estava pregando no retiro. Até aí, tudo bem. Eu fiquei de longe observando e esperando que ela viesse ao meu encontro. Logo, vejo que os dois começam a dar risada, depois eu vejo que ele olha pra mim. Eu já começo a achar que estão falando de mim. Depois ela se despede dele e ele, num sinal de cumprimento, acena com a cabeça para mim (o_O). O que eu fiz? Tratei de me retirar daquele lugar o mais rápido possível!


Quando a minha mãe "resolve" aparecer, eu lhe pergunto o que diabos ela estava falando com o sujeito. Ela diz que falou pra ele que eu também era tímida, e que o jeito dele era parecido com o meu. Imaginem só a minha cara! (o_O) Pois então, não era só a minha imaginação! Eles realmente falavam de mim. Que vergonha... que vergonha! Eu ainda acabo encontrando a capa de invisibilidade do Harry Potter, que só assim mesmo, pra me esconder rapidamente sem ser vista...

Geralmente falam que quando um tímido imagina que as pessoas estão falando dele, é só uma impressão boba, mas eu acho que nós temos um sexto sentido muito aguçado. Claro, muitas vezes pode ser mesmo só impressão nossa, mas dentre essas "muitas vezes" a impressão pode ser o que realmente é.


P.S.: Só pra constar, eu sou católica e é essa a igreja que eu freqüento.  :P

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

NO ÔNIBUS

Muita gente acha andar de ônibus desagradável, cansativo e chato. E geralmente é, principalmente se o dito cujo está lotaaaaaado de gente. A coisa piora se for um dia de muito calor.
Mas fora isso, é um lugar interessante para conhecer pessoas novas (e para paquerar também :D). Eu, particularmente, adoro andar de ônibus! Sempre tem alguma pessoa interessante por lá.


Gosto de ficar observando o que cada uma está fazendo: umas lêem livros; outras, ouvem música e ficam batendo a mão na perna, como se fosse um tambor; algumas falam ao celular em voz bem alta, ou então ficam jogando algum joguinho pra passar o tempo; uns olham no relógio e assopram o ar em sinal de descontentamento...


Quando eu me canso de observar quem está dentro do ônibus, eu olho para o lado de fora da janela, que é quando começa a ficar mais interessante ainda: pessoas correm, atravessam a avenida, e também fazem as mesmas coisas que quando estão no ônibus; lêem livros, ouvem música, falam ao celular, olham o relógio ou simplesmente esperam, no ponto, o ônibus chegar.
Outra coisa interessante, é que pessoas com ternos e gravatas, ou vestidos glamourosos, ou simplesmente pessoas que aparentemente parecem ser "bem de vida" também andam de ônibus, e olha que não são poucas!

E os tímidos? Será que dá para identificar um tímido dentro de um ônibus?
Bom, geralmente ninguém começa a "bater-papo" com desconhecidos dentro do ônibus (só a minha mãe mesmo :P), então todos poderiam ser considerados como "tímidos" também.


Essa semana, eu consegui identificar um tímido no ônibus, além de mim...
Quando ele entrou no ônibus, eu desviei o olhar, porque senti que já estava ficando vermelha (¬¬). Ele não era nenhum galã das nove: usava óculos, camisa azul, calça social e usava uma mochila (enorme). Tinha uma beleza simples, não era feio, mas certamente não era o tipo de rapaz que a maioria das moças paquerariam à primeira vista (só eu mesmo)...
Como eu percebi que ele era tímido também? Geralmente quem é tímido, traz no pacote o programa "sou atrapalhado e fico sem-graça por isso".


No colegial eu tentava tirar algum proveito do meu jeito atrapalhado de ser (que conste que hoje estou quase "curada"). Eu sempre acabava deixando algum material escolar cair no chão; o estojo aberto cheio de coisas era mestre em cair. Eu via aqueles filmes super românticos em que a mocinha derrubava alguma coisa no chão e o rapaz a ajudava a recolher essas coisas e os dois acabavam se apaixonando e viverem felizes para sempre... Nossa! A cada dia eu me imaginava naquela cena e esperava ansiosa para que aquele dia chegasse, mas... as únicas pessoas que se davam ao luxo de me ajudar eram as minhas "colegas" de classe. Os rapazes? Com certeza bem longe do meu estojo! Só para vocês terem uma idéia do quanto eu era atrapalhada, toda vez que eu levantava uma cadeira para levá-la para outro ambiente da sala, todos abaixavam a cabeça com medo de eu derrubá-la (e geralmente eu derrubava).

(Por certo, parei de ver filmes de romance. Vi que não dava muito certo e passei a assistir filmes de "comédia romântica", já que são menos decepcionantes, e de quebra, são mais divertidos, o que melhora muito a minha vida, XD)

O rapaz do ônibus, não precisou chegar a esse ponto para eu perceber sua timidez. Ele passou pela catraca, pegou o troco com o cobrador e se posicionou em uma das traves do ônibus, justamente bem em frente de onde eu estava. Abriu desengonçadamente a mochila (que estava quase caindo) e colocou o dinheiro lá dentro, até que caiu uma moeda. Parecia que ele já ia para o fundo do ônibus tentando segurar a mochila e então meus olhos olharam para ele e ele olhou para mim. Minha mão se moveu sozinha apontando para a moeda que havia caído, e eu, na voz mais baixa possível, apenas disse "caiu..." (o_O). Ele acenou com a cabeça em sinal positivo, ficou vermelho, pegou a moeda, disse "obrigado!" e se retirou rapidamente para o fundo do ônibus. Nessa hora eu já tinha virado o meu rosto para o outro lado, para que não vissem a minha cara (acho que todo mundo percebeu, afinal o ônibus estava cheio). Ave Maria!

 
Derrubar uma moeda ou qualquer outra coisa que seja, qualquer pessoa  derruba, mas só quem é tímido fica vermelho ou sem-graça por isso e ainda faz "questão" de demonstrar.
 "Infelizmente" esse rapaz desceu do ônibus antes de mim, e eu, novamente, só pude observá-lo do lado de fora da janela.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Só desabafar...

O que fazer quando convidamos alguém para ir ao cinema e esta pessoa, sem avisar, convida outra (desconhecida) para ir também?

Este sábado fui ao cinema ver "Harry Potter e as Relíquias da Morte". Adoro essa saga e é incrível como a cada ano fica melhor! Nem acredito que já vai acabar...
Meu irmão que é mais fanático, tem quase tudo do bruxinho, até a varinha mágica. Não, ele não é uma criança, tem 23 anos de idade e faz questão de ter todas essas coisas muito bem organizadas em sua casa (inclusive os bonequinhos).


Eu não tenho nenhum problema em ir sozinha ao cinema, já que na maioria das vezes eu não tinha com quem ir. Dessa vez decidi chamar minha melhor amiga. Liguei pra ela na sexta-feira e deixei ela decidir em que horário veríamos o filme, já que ela mora um pouco longe.
"Milagrosamente" cheguei primeiro no cinema e já fiquei na fila (que estava enorme!), fiquei olhando para fora da fila pra ver se minha amiga chegava.

Demorou alguns minutos, até que a vi chegando com uma outra menina. Fiquei paralisada. Ela não tinha me avisado que levaria mais alguém. Eu não sabia o que fazer... (o_O)
Minha amiga passou pela fila, mas não me viu, então eu gritei o nome dela. Bom, gritar não foi bem o que eu fiz, porque o meu grito não sai em público, ele é mais um sussurro do que um grito (:D), então tive que bater palmas para ela poder ouvir, e funcionou! Ela se aproximou e apresentou a amiga dela, e eu a cumprimentei.

Por sorte, a amiga dela era uma pessoa legal e simpática, gostei muito dela, mas... eu tinha tantas coisas pra conversar com a amiga que eu convidei e nem pude, porque fiquei com vergonha de comentar na frente de alguém que eu nem conhecia. Puxa! Estou muito triste. Falei com ela (a minha amiga) a respeito e ela acabou ficando com raiva de mim por eu dizer o que eu estava sentindo...

O que tem de errado em querer ir ao cinema tranqüilamente com a melhor amiga sem ter pessoas desconhecidas por perto?
Ela disse que queria que eu fizesse novas amizades... mas, as coisas não funcionam assim. Uma amizade chega sem a gente nem perceber... sem ser forçada...

Se for para eu ter mais amigos, será naturalmente...

Queria que ela me entendesse...



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"Fala mais alto!"

ATENÇÃO
Prezados extrovertidos, recomendo-lhes que, por favor, agucem muito bem os seus ouvidos antes de qualquer tipo de conversação com os tímidos.

Att. Uma alma tímida.

Já faz bastante tempo que eu tenho a impressão de que fui fabricada com um aparelho embutido de ajustar o volume da minha voz. Mas tem um grande problema: esqueceram de incluir um controle remoto.
Eu não posso falar por todos os tímidos, porque cada um é diferente, apesar de termos "sintomas" semelhantes.
Um dos sintomas que se apoderam de mim é a falta de voz em ambientes que eu não conheço e principalmente com pessoas que eu não conheço.
Da 5ª série até o 3º ano do colegial uma das coisas que eu mais ouvia quando eu respondia alguma coisa era "Fala mais alto!"... "O quê?"... "Eu não estou conseguindo te ouvir, você pode falar um pouquinho mais alto?!" (esta última dita por professores)... e os mais "engraçadinhos" soltavam aquela frase, que eu acho que, pelo menos a maioria dos tímidos já ouviram... "Nossa! Você fala tão alto que até me deixa surdo!"
Por mais que eu me esforçasse para aumentar o volume da minha voz, eu não conseguia, e isso ainda acontece.
Eu até já tentei colocar uma bala dentro da boca antes de entrar em sala de aula pra ver se minha voz "limpava" e ficava mais alta (não sei de onde tirei essa idéia), mas não dava certo.
Vocês já podem imaginar o que era da minha vida na hora de alguma apresentação na frente da "platéia", né?!...

Esta semana, eu li uma matéria que o título dizia assim "Timidez ou Arrogância?" que contava a história de um tímido e um extrovertido. O tímido, por vergonha, quando encontrava o extrovertido, nunca dizia "Bom dia!" e o extrovertido ficava inconformado com aquilo e pensava que o tímido era arrogante, metido, até que descobriu a verdadeira razão de ele não cumprimentá-lo. Abaixo lhes deixo o link para esta matéria.


Muitas vezes eu deixo de cumprimentar alguém por medo de essa pessoa não me escutar e acabar não retribuindo. Nos lugares onde tenho trabalhado é a mesma coisa. Algo me impede de cumprimentar as pessoas, e uma dessas coisas é com certeza a minha falta de voz, ou "volume baixo" que ocorre na maioria das vezes. Então é meio que uma "auto-defesa". Eu penso "eu acho que aquela pessoa não vai me ouvir se eu cumprimentá-la, então é melhor deixar pra lá." ou então "e se ninguém me escutar? Eu vou ficar igual uma idiota, cumprimentando à toa."

Desde então eu tenho cumprimentado apenas a aquelas pessoas que me cumprimentam primeiro, ou então numa tentativa forçada, eu dou um sorrisinho e um pequeno toque no ombro da pessoa em sinal de cumprimento... Beijo no rosto? Nem pensar! Se a pessoa der, eu até retribuo, mas não espere isso de minha parte. Meu rosto fica vermelho demais para tal atitude/iniciativa em público, ainda mais se a pessoa for do sexo oposto (estando ou não interessada, não há distinção - muitas pessoas até acabam confundindo e acham que só porque eu fiquei vermelha com determinada pessoa, pensam eu estava interessada... XD). Eu fico olhando ao redor imaginando "o que será que estão pensando?" então eu tento virar o meu rosto para um local menos movimentado para onde eu possa "embranquecer" novamente. E então só me resta dizer internamente "Ufa!" (ha ha :D)

Muitas pessoas que eu conheci acreditavam que eu era metida, ignorante, mas isso foi só até me conhecerem, assim como o tímido da história do link.

Em compensação, se minha voz não sai quando eu estou fora de casa, e se sai, sai baixa. Quando eu estou em casa a situação é completamente diferente, e então de "fala mais alto!" eu passo a ouvir "Kelly, fala mais baixo!" (o_O) Oras! Desse jeito não há tímido que agüente!




quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tímida, porém sincera.

Há algumas semanas atrás eu recebi uma mensagem no meu e-mail me informando de uma entrevista de emprego numa fábrica de estofamento de cadeiras. Eu retornei o e-mail e no dia seguinte me chamaram para fazer a entrevista.

Chegando lá, havia mais 5 mulheres para serem entrevistadas também. No começo, era uma entrevista coletiva, como um bate-papo entre entrevistador e entrevistadas. Enquanto o "poderoso chefão" nos entrevistava eu ia observando o ambiente...

1ª observação do dia: não haviam janelas.
Isso me incomodou um pouco, já que eu gosto muito de ver que existe um mundo do lado de fora do trabalho.

Depois disso ele nos informou o salário e as horas de trabalho o que me levou a 2ª observação: parece que ninguém avisou a ele que a época da escravidão já acabou. A não ser que eu tenha me teletransportado para o passado e não estava sabendo.
Papo vai, papo vem, até que chegou a hora de mostrar o ambiente de trabalho. Tinha duas senhoras e um senhor trabalhando. Uma delas nos mostrou como se estofava as cadeiras.

3ª observação: êita trabalhinho perigoso!
Para completar, o "chefe" disse que não poderíamos conversar, porque isso iria nos distraír e causar algum acidente. Bom, tudo bem que eu sou SUPERHIPERMEGAULTRATÍMIDA e que conversar com pessoas desconhecidas definitivamente não é o meu forte, mas isso significava que eu perderia a oportunidade de fazer amizades num trabalho chato, escondido, que paga mal e ainda é perigoso.

E para rechear o irrecheável (essa palavra existe?) ele disse que estava precisando de mulheres na empresa, porque acredita que as mulheres são mais caprichosas e percebem melhor os defeitos e busca corrigí-los (sei...).
De acordo com mais algumas observações eu pude perceber que o que acontecia na empresa é que havia uma escassez de mulheres, já que havia maior quantidade de homens. E de todas essas observações eu cheguei à conclusão de que não era um bom emprego. Não era um emprego que respeita o trabalhador e além de tudo era pior do que um mausoléu.


Depois de mostrar os "aposentos", era chegada a hora da entrevista individual. E o pior de tudo: eu era a última a ser entrevistada. Tem coisa pior do que ser a última? A gente fica contando as horas, se perguntando "O que será que ele vai perguntar?" ... "espero que eu saiba responder"...
Para piorar a minha situação, algumas das entrevistadas demoravam meio século pra sair da sala, o que me deixava mais nervosa "O que será que está acontecendo?"...

Trinta minutos depois... chegou a minha hora. Uma coisa eu já tinha em mente: eu não queria aquele emprego de jeito nenhum. Até pensei comigo "ele que não invente de me contratar." Chegando na sala, (ahh, esqueci de falar a parte em que junto com ele estava uma assistente que posteriormente faria as entrevistas no lugar dele) ele estava junto com a assistente e começou a fazer as perguntas que a maioria faz "o que você tem para oferecer para a empresa?" Sinceramente essa é a pergunta mais idiota de se fazer (e a mais difícil de responder :D), porque eu poderia dizer simplesmente "ué, o meu trabalho." e ponto, né? Afinal, eu estava lá para trabalhar, o que ele queria mais?! Mas não, eu não disse isso. Essa eu deixei passar...

Até que chegou a pergunta que eu tanto esperava pra terminar logo com aquele tormento... "o que você achou da empresa?" eu respirei fundo, afinal eu tinha que dizer o que eu achava... e disse-lhe de um modo que até agora eu nem acredito... "Eu acho o lugar muito fechado e o trabalho muito perigoso." Tudo numa frase só e sem rodeios. A assistente deu uma risadinha como se dissesse "ha ha, eu também acho isso!" e o "chefe" meio que sem acreditar no que eu tinha dito perguntou "o que é que você acha fechado? O ambiente? Você tem claustrofobia?"  eu disse "é isso mesmo". Na verdade, nessa hora eu já estava quase me agaixando debaixo da mesa, achando que eu seria dilacerada naquela hora por dizer o que eu pensava... e foi à toa, porque ele simplesmente me deu um cartão e disse "Olha! Eu te dou esse cartão, caso você se decida, porque não é bom que você trabalhe num lugar onde não se sinta bem. Aí você liga se quiser, tudo bem?"... (o patrão da minha mãe disse que me diria "o que você está fazendo aqui então?" ha ha)

Claro que eu não liguei.

Algumas pessoas pensam que por sermos tímidos ou por estarmos precisando de dinheiro, que podem se aproveitar disso para nos oferecer trabalho escravo. As outras entrevistadas, eram senhoras de idade e que estavam precisando mais do que eu; aluguéis altíssimos para pagar. E eu lhes digo que essa empresa não estava pagando nem a metade do que elas realmente precisavam para manter a casa e a si mesmas. Trabalho escravo, NÃO! Não comigo. Eu não sou trouxa. Sou tímida e só.

Eu acho que esse foi um dos momentos mais difíceis de se mostrar a sinceridade. Na verdade, eu não poderia dizer que tinha adorado o emprego e correr o risco de ser contratada, sendo que essa não era a verdade. Como diz uma frase conhecida "A verdade vos libertará." e me libertou do mausoléu que eu estava prestes a enfrentar caso eu não dissesse o que sentia...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Energia Positiva

Finalmente consegui resolver alguns dos problemas que meu pc enfrentava e já estou de volta.

Bom, não vou dizer muita coisa sobre a minha vida romântica como já devem ter percebido (he he :P). Só posso dizer que ela está todinha escrita na música a seguir... Ela explica que nunca é tarde para amar e ser amado. Não importa o quanto esse dia possa demorar a chegar (e para os tímidos é um pouco demorado, francamente!). Além disso é uma música que transmite uma energia muito positiva e levanta o nosso ânimo nos momentos em que mais precisamos.
Abaixo lhes deixo o vídeo e a minha tradução livre da canção "Enséñame a Vivir" (Thalía) que, foi lançada no ano passado e mudou completamente a minha vida. 
Essa é a minha história:






ENSINA-ME A VIVER

Nasceu uma vontade de me apaixonar.
Nasceu o milagre que um dia pedi.
Um desfile de formigas percorre meu sangue,
E sinto puro amor dentro de mim.

Hoje a vida me disse que nunca é tarde.
Hoje a tarde ao cair me falou de ti.
E me disse ao ouvido "Não seja covarde!"
Que já chegou a hora de ser feliz.

E acreditei, agitou o meu coração.
E senti você chegar ao pôr do sol.
E abri os braços de pólo a pólo.
E como uma pipa eu me deixei levar.

Senti as nuvens em minha cara.
Viajei de madrugada e amanheci em ti.
Ouvi a voz do teu olhar.
E sem te dizer nada me ajoelhei ante ti.

Te convido a caminhar o mundo inteiro.
Pela primeira vez sei o que quero.
Ensina-me a viver! Ensina-me a viver!

Isto não é um discurso, nem uma estratégia.
Você conhece minha alma e meu porvir.
As palavras que digo são bem honestas.
Você as ditou e sem duvidar as escrevi.

Pode ser que não acreditem como você surgiu.
Pode ser que não me vejam perto de ti.
Mas se abrirem meu peito irão te encontrar
E compreenderão o que eu senti.

Senti as nuvens em minha cara.
Viajei de madrugada e amanheci em ti.
Ouvi a voz do teu olhar.
E sem te dizer nada me ajoelhei ante ti.

Te convido a caminhar o mundo inteiro.
Pela primeira vez sei o que quero.
Ensina-me a viver! Ensina-me a viver!

Senti as nuvens em minha cara.
Viajei de madrugada e amanheci em ti.
Ouvi a voz do teu olhar.
E sem te dizer nada... me ajoelhei ante ti...

A vida têm me dado coisas boas, eu só te peço: Ensina-me a viver...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Paciência

Oi almas tímidas que visitam este espaço! Peço-lhes que me desculpem por ter abandonado por vários dias este lugar. O que acontece é que meu computador está passando por uns maus bocados. Já não sei o que fazer. Eu comprei este computador há um ano atrás do meu irmão e agora não estou podendo formatar o pc, porque meu irmão não sabe se veio ou não um CD de instalação do Windows. Por enquanto estou vendo se consigo eliminar os vírus que estão "acabando" com meu computador, que até agora vai e vem com a conexão da internet.

Tenho algumas coisas pra contar sobre essa semana, que foram até que engraçadas, pelo menos pra mim. Mas só vou poder contar com mais calma quando este PC estiver funcionando normal ou razoavelmente bem.

Valeu pela visita de vocês!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Hã? Quê? Como? ... não sei!

"Por quê você é tão tímida?"

Essa é a pergunta que eu mais ouço quando conheço alguém. Parece que a língua das pessoas coçam pra perguntar isso. Eu fico me perguntando se elas não tem nada melhor pra perguntar.

A maioria das pessoas agem de uma maneira muito estranha quando me conhecem. Falam comigo como se eu fosse uma criança de 6 anos. "Nossa, você é tão quietinha." Tudo é no diminutivo. Bom, tudo bem que apesar de meus 25 anos de idade eu pareça ter 15 (talvez seja culpa da timidez...), mas eu não sei como agir, não sei o que responder quando alguém aparece com esse tipo de comentário.

"Por que é que você é assim?"

Assim como? - eu me pergunto. Será que todo mundo tem que ser igual? Puxa vida! Eu não sei por quê eu sou assim. Eu simplesmente sou. Eu nasci assim. É tão difícil ter uma resposta na ponta da língua...

"Não pode ser assim..."

Essa eu ouço sempre, sabe de quem? Da minha mãe e do meu pai.
Por que eu não posso ser assim? Existe uma regra específica de como devemos ser? É claro que eu posso ser assim. Tanto pode como eu SOU. É o que na maioria das vezes eu respondo.
Será que nós tímidos não temos o direito de ser como somos? Eu adoraria ser mais extrovertida, mas por outro lado... por que é que eu tenho de ser como todo mundo? Isso é o que me faz ser diferente, única. Hoje em dia é bem difícil encontrar alguém como eu. Todos os tímidos do Universo estão "espalhados" por aí, e com certeza não moram no meu bairro, na minha cidade (he he :D). 

No final, fica um grande dilema: ser tímida ou não ser tímida, eis a questão. Na verdade, eu não tenho escolha, e ser tímido não é uma opção (quem dera). É um sentimento, um traço natural do meu caráter...

Eu gostaria de saber se existe uma resposta plausível para dar a essas pessoas que perguntam sempre a mesma coisa incansávelmente a essa pobre criatura indefesa... ^_^


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vencendo na marra!

Se não dá para ser aos poucos, quem sabe na marra?

Toda semana eu vou à Igreja, já que me sinto muito bem indo. Sem falar que é uma maneira (ou um pretexto) de eu sair um pouco mais de casa. Eu fiquei vários anos sem ir à Igreja e não gostava muito, pra dizer a verdade. Até que minha mãe me convidou há um ano atrás pra que eu fosse com ela fazer um curso para a crisma e eu fui. A palavra de ordem do curso era "perseverança". Este ano eu voltei a fazer o curso de tanto que eu tinha gostado do primeiro. Mas eu confesso que o primeiro foi melhor.
Nesse curso nós temos que perseverar em tudo; em ir à Igreja sem ficar com preguiça; ir ao curso faça sol ou faça chuva, vento, frio, calor... e eu perseverei e persevero até hoje.

Percebi que na Igreja nós somos praticamente "obrigados" a vencer a nossa timidez. O Padre, muito simpático, na maioria das missas, nos diz: "Olhe para a pessoa que está ao seu lado e diga a ela que ela é uma pessoa abençoada" ou qualquer frase do tipo. Geralmente a pessoa que está do meu lado é alguém que eu não conheço (infelizmente) e é muito difícil falar qualquer palavra, qualquer frase que seja sem ficar com o rosto avermelhado de vergonha. Depois eu fico observando "sutilmente" o ambiente pra ver se alguém me viu ficar vermelha.
Esta semana foi assim. Eu acho que eu fico mais vermelha quando penso que alguém está vendo a minha reação e não apenas pelo fato de eu ter dito uma pequena frase para uma pessoa desconhecida. Quando a vermelhidão desaparece, a única coisa em que eu penso é "Espero que o Padre não me faça dizer mais nada a ninguém"... Bom, obviamente há dias em que eu estou mais receptiva e é até interessante este tipo de experiência, mas tem dias como este em que a única coisa que eu quero é assistir à Missa sossegada sem ter que passar por essa situação.

Mas no fundo no fundo eu sei que isso é bom pra mim (mesmo que eu não goste); é bom pra eu deixar um pouco a timidez, afinal foi assim que eu melhorei a minha comunicação.

Ai... por que é que tem que ser tão complicado?

sábado, 18 de setembro de 2010

O Mistério dos Óculos

Desde pequena eu já usava óculos, mas na adolescência eles me causaram muitos problemas por serem um pouco grandes. Hoje eu ainda os uso, mas só em casa (nem pensar em sair com eles por aí he he, e olha que eu saia hein?)

É interessante que a maioria dos tímidos usam óculos, né?
Não sei quanto aos outros tímidos, mas na maioria das vezes, eu os usava para me "esconder" por trás deles, mas, como isso seria possível? Eles eram tão grandes, que apareciam primeiro que eu. Atualmente eles são até "charmosos". Mas na época da escola, não faziam o menor sucesso, mas serviam como "escudo". Sem eles eu me sentia totalmente "nua", por incrível que pareça.

Outra coisa interessante é: por que todo mundo acha que todo tímido que usa óculos é superinteligente e CDF? Nossa! O que tinha de gente me pedindo pra explicar a lição de casa!
Gente! Pelo amor de Deus! Os tímidos são pessoas normais, porém com menos sociabilidade. Nós temos nossas matérias favoritas, nós mandamos bem em umas e mal em outras. Matemática, por exemplo, nunca foi o meu forte e, a única vez em que tirei a nota mais alta eu guardo até hoje como relíquia. Coisa rara!

Bom, voltando ao tema principal... uma vez eu fui para o recreio da escola (acho que hoje nem existe mais o termo "recreio", acho que dizem "intervalo"- é a modernidade... :P) sem os meus óculos... me perguntaram se eu estava usando lentes de contato... Hmm... será que todo tímido que usa óculos é míope? Tudo bem que meus óculos eram grandes, mas eram de descanso, qualquer pessoa podia usá-los.

Até nos filmes sobre tímidos, a maioria usa óculos; nas novelas... Se lembram da "Betty, a Feia"? Pois é. Será que é um carma que nós tímidos carregamos? Ou será que são as pessoas que nos estereotipam demais?

Afinal, é bom lembrar que nem todo tímido usa óculos, e nem todos que usam óculos são tímidos (só eu e mais um milhão de pessoas ao redor do mundo)...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

LIBERDADE


"Gaivota, que vôa longe, vôa tão alto...
Gaivota, que sempre vôa atrás de um alvo.
Nunca desista, Gaivota triste, siga seu canto,
Siga seu canto, que eu te encontro em outro lugar..." ♪♫


 


Na postagem anterior, eu falei sobre liberdade; a liberdade que (creio) toda pessoa que é tímida gostaria de ter... A minha "carta de alforria" chegou em dezembro do ano passado.

Em agosto de 2009 fui trabalhar na empresa de cosméticos NIASI. Lá conheci duas pessoas (Natália e Ariana) que se tornaram minhas melhores amigas e as únicas que souberam conversar de maneira natural comigo.
Conheci primeiro a Ariana, uma pessoa totalmente diferente de mim: segura de si mesma, exuberante, extrovertida. Uma pessoa que conversa sobre tudo e com todos sem a mínima inibição. Já no primeiro dia parecia que a gente se conhecia de muito tempo atrás. (lindo, né?)
Já a Natália é super parecida comigo, tanto na timidez, quanto na sua história de vida. Descobri com ela, que existia mais alguém como eu rondando por aí.
Com as duas aprendi muitas coisas...

Em dezembro, a NIASI ia realizar uma festa entre os funcionários. A Ariana insistiu para que eu fosse, mas eu disse a ela que só iria se a Natália também fosse, porque eu não queria me sentir um peixe fora d'água. O próximo passo foi convencer a Natália a ir também e convencemos!

No dia da festa eu me propus a fazer duas coisas: dançar e me divertir. Eu nunca tinha ido a festas que não fossem familiares e mesmo assim, nunca dancei em festa alguma nem na frente de niguém, ficava sempre pelos cantos, sentada. Só dançava sozinha comigo mesma.
Mas nesse dia eu disse "Eu vou dançar! Eu não vou sair dessa festa sem dançar, sem me divertir. Eu não vim até aqui pra ficar sentada. Hoje não!" Pois foi dito e feito. No começo eu fiquei sentada observando (me habituando ao ambiente). Até que a Natália, que também é tímida foi dançar, já que ela gostava muito. Eu também estava com muita vontade de dançar, mas não tinha coragem até então. Até que eu disse a ela "Agora eu vou dançar! Vamos?!" Nem ela nem a Ariana acreditaram! Depois a Ariana ia me ensinando alguns passos e foi muito divertido.

Vou dizer uma coisa. A Natália pode até não saber, mas ela foi a pessoa que me motivou a dançar. Por ela também ser tímida, facilitou muito para que eu desse esse passo pra superar a timidez e me divertir pela primeira vez numa festa sem me importar com o que os outros iriam pensar no dia seguinte. Eu tive medo de não me divertir, de ficar pelos cantos escondida. Por isso, eu agradeço muito à Ariana e a Natália por terem me permitido alcançar esse dia de liberdade.

Espero que todos os tímidos possam sentir a mesma sensação, que possam agarrar com toda a força as oportunidades, que possam dizer "SIM, EU VOU!" mesmo que este "sim" possa dizer "hmm, não sei, será que vai ser legal? Não quero me arriscar..."... eu me arrisquei, pode parecer bobagem para quem não é tímido, mas dançar numa festa onde não se conhece ninguém é um grande avanço. E este foi um passo importantíssimo para mim.

Nesse dia eu me libertei!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

7 de Setembro - A Independência

Hoje comemoramos o dia da Independência do Brasil. E relembrarei alguns trechos retirados de um livro (não gosto de procurar na internet ) dos fatos que aconteceram para que a independência fosse possível.

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COLÔNIA DE NOVO? NÃAAOOO!

As medidas  de recolonização que causaram revoltas no Brasil foram:
  • a extinção das repartições públicas e dos tribunais criados por João VI;
  • que os governos das províncias brasileiras ficariam independentes do Rio de Janeiro e que só deviam obedecer ao governo de Portugal;
  • a volta imediata de Dom Pedro para Portugal;
  • a criação de um imposto extra de alfândegas do Brasil, com a clara intenção de restabelecer o monopólio;
  • o envío de novas tropas para o Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia.
Com isso, começava  a se organizar o movimento de independência apoiado pela Inglaterra, pois as Cortes Portuguesas pretendiam elevar para 30% as taxas alfandegárias sobre os produtos ingleses desembarcados no Brasil.
Os protestos se avolumavam. As camadas sociais mais ricas procuravam convencer Dom Pedro a aceitar a independência (para preservar suas propriedades).

Em 9 de janeiro de 1822, foi levado ao príncipe regente Dom Pedro um abaixo-assinado com quase 8 mil assinaturas de aristocratas e representantes do comércio, pedindo a Dom Pedro que ficasse no Brasil e defendesse os brasileiros contra as pretensões recolonizadoras das Cortes (que ficou conhecido como o Dia do Fico com a frase "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que eu fico").

Em agosto foi assinado um decreto considerando inimigas todas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil.
A Independência precipitou-se com a chegada de um ultimatum português ao Rio de Janeiro anulando os decretos do príncipe e ameaçando mandar tropas ao Brasil, caso Dom Pedro não voltasse imediatamente para Portugal.
Para avisar a Dom Pedro (que estava em São Paulo) e convencê-lo a manter seu compromisso com os brasileiros, José Bonifácio enviou um mensageiro, que se encontrou com Dom Pedro na tarde  do dia 7 de setembro, nas margens do Riacho do Ipiranga, onde o príncipe descansava da viagem que havia feito a Santos, no litoral paulista.

Ao ler as cartas e o ultimatum português, Dom Pedro disse: "... Soldados! estão desatados os laços que nos unem a Portugal! A partir deste momento o nosso lema será: Independência ou Morte!".
Era a separação definitiva. Finalmente o Brasil oficializava a sua independência política de Portugal.



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Bom, eu dei uma bela resumida (ainda que o texto esteja grande).
O motivo de eu ter mencionado esta passagem, é que nós brasileiros fomos libertados do regime colonial que havia naquela época. (Uhuuuuuu!) Nos tornamos povos independentes!

Mas... e os tímidos? Quando nós iremos adquirir a nossa própria independência?; Quando poderemos caminhar pelas ruas, falar em público, dançar, fazer qualquer coisa livremente sem que tenhamos vergonha ou medo do que os outros vão pensar?; Quando poderemos dizer com firmeza e segurança "ahh, quer saber? eu não tô nem aí!" ?; Quando nos libertaremos de nossos próprios pensamentos, muitas vezes, negativos?; Quando poderemos fazer o que quisermos sem o receio de sermos ou não notados?

Pessoalmente, eu já disse a frase "ahh, eu não tô nem aí! Eu vou fazer o que eu realmente sinto vontade." e quer saber? Eu tive esse dia de liberdade. Mas, mesmo que eu tenha tomado alguma atitude, eu ainda não me libertei dos meus receios... 

Há uma música da cantora Thalía (meu ídolo) que representa muito bem o sentido de liberdade; o sentido de querer gritar, falar, "voar" mas não conseguir; o sentido de querer fazer uma revolução dentro de nós mesmos... o sentido de querer viver...
A música se chama "En Silencio". Abaixo deixarei a minha tradução livre, juntamente com o vídeo da música original:

EM SILÊNCIO

Aqui estou, na guerra de emoções.
Aqui estou, sem dor nem paixão. Oh, não...
Respirando solidão, leio em livro liberdade.
Em desenhos animados descrevendo tudo e nada de mim.

Reverberação, há uma razão.
Bate em meu coração uma canção.
Em um vôo sem límites. Em um vôo sem limites.

Quero cantar sem limites.
Quero voar sem limites.
Quero viver sem limites.
Em silêncio... recordar...

Aqui estou, num mundo de ilusões.
Aqui estou, sem paixão nem temor. Oh, não...
Respirando solidão, leio em livro liberdade.
Em desenhos animados descrevendo tudo e nada de mim.

Reverberação, há uma razão.
Bate em meu coração uma canção.
Em um vôo sem límites. Em um vôo sem limites.

Quero cantar sem limites.
Quero voar sem limites.
Quero viver sem limites.
E em silêncio... recordar... recordar...

Shhh...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Uma Alma Tímida

Depois da postagem sobre o que é a timidez, chegou a hora de eu contar a minha história. Se você que estiver lendo quiser me contar a sua história será muito bem-vindo(a)!



Sou tímida desde toda a minha vida, porém minha timidez foi piorando quando alcancei a adolescência.
Quando a gente é criança é muito fácil, muito simples fazer amigos. Depois, quando eu comecei a mudar de escola, aos nove anos, foi que surgiu os primeiros "sintomas" da timidez, que até então, estava escondida.
Eu tinha duas melhores amigas na primeira escola, e mesmo que a gente tenha mudado juntas para outra escola e ficado na mesma sala, os problemas foram aumentando, porque as professoras passaram a escolher com quem deveríamos fazer os trabalhos em grupo, e eu acabava ficando longe delas, e comecei a falar muito pouco.

Quando voltamos à escola antiga, continuamos na mesma sala, mas em lugares separados. O que aconteceu? As minhas melhores amigas arranjaram outras amigas e começaram a passar mais tempo com elas, me deixando de lado. Depois eu tive que me mudar de escola e de cidade (aos 11 anos de idade, quase 12)...

Na nova escola eu não consegui me adaptar e as coisas só pioraram. Se eu já estava falando pouco na escola em que "cresci", imagina numa escola onde eu não conhecia nem as formigas! Fiquei nessa escola até o final do colegial, e do mesmo jeito que entrei, saí: muda. Claro, "muda" é uma forma de expressão. Eu falava apenas o necessário ou quando me perguntavam alguma coisa. Alguns até tentavam conversar ou ser meus amigos, mas eu não sentia confiança.

Já no primeiro ano nessa escola eu briguei com uma menina que dizia que eu tinha pegado algo da mochila dela, sendo que na verdade, ela tinha mexido na minha mochila. Mas a briga não foi só de palavras não, foi com tudo o que se tem direito (por assim dizer). Ela me empurrou, eu empurrei ela e depois haja cabelo pra contar história! Foi puxação de cabelo pra todos os lados, e só paramos quando dois meninos nos separaram. A classe estava lotada de "espectadores", e eu que fazia o possível para não ser notada, acabei sendo o centro das atenções com direito a falatório por todos os lados durante semanas "foi aquela menina quietinha que brigou no outro dia"... "Nossa! Fiquei sabendo que você brigou com uma menina! Bem que dizem que os quietinhos são os mais perigosos, hein!?"

No ano seguinte e em todos os anos, eu fiquei conhecida como "a menina mais quieta da escola". Mesmo que eu quisesse, não tinha como alguém não me notar. Ficar quieto num canto sem falar com ninguém é realmente a pior maneira de se "esconder". 

Mas, para a minha sorte, entrou um menino que era a minha versão masculina. Quando ele entrou, eu finalmente deixei de ser a única pessoa mais quieta da escola. 
Então as coisas foram mudando. As pessoas (algumas poucas) passaram a me aceitar mais e eu fui me comunicando mais.

Depois da formatura tudo mudou. Eu procurei fazer cursos de informática, a trabalhar... tudo pra que minha timidez fosse diminuindo, e realmente diminuiu. O que eu era na época da escola ficou lá. Não posso dizer ainda (infelizmente) que me livrei da timidez. Fazer amizades, falar com desconhecidos, em público, ou expor o que eu penso é uma dificuldade muito grande. Até pra marcar alguma coisa num hospital é difícil. Minhas mãos tremem quando eu não conheço as pessoas. Esta semana mesmo, eu estava num posto de saúde, e a recepcionista me perguntou se eu não estava passando mal porque eu estava tremendo, e eu lhe disse que não, que apenas sentia muito calor (claro, o sol estava de rachar naquele dia realmente), mas juntando isso com minha timidez parece que o problema é bem maior.

Bom, acredito que somos tímidos porque fomos apresentados ao mundo, muitas vezes de forma "forçada", pelo menos no meu caso foi assim. Mudar repentinamente de escola, de ambiente, de vizinhos, de costumes, pode ter me deixado tímida. É um dos fatores. Mas como diz também a matéria que postei anteriormente, pode ser também algo hereditário; minha mãe "diz" que já foi tímida quando era mais jovem e que só deixou a timidez quando teve a mim  e ao meu irmão, já que ela tinha que ir às escolas, a reuniões e isso fez com que ela se livrasse da timidez. Mas eu digo que ela "diz" entre aspas, porque todas as aventuras que ela me conta de quando era mais jovem não são atitudes de quem já foi tímido, então eu não tenho muita certeza desta "herança".

Bom, realmente a timidez, pra mim, ainda é um mistério a ser desvendado.
Por certo, vocês verão muitas vezes fotos da Katara do desenho animado Avatar postada por mim. É que eu me identifico com ela; o jeito de ela arrumar o cabelo, se vestir e agir.



domingo, 5 de setembro de 2010

Ai, que vergonha!

Pra começar, seria interessante falar um pouco sobre o que é a timidez e por que somos tímidos. Muitas pessoas não entendem e não aceitam o nosso jeito de ser...
Esta matéria a seguir eu tirei de uma revista que tenho aqui em casa que se chama "Ponto de Encontro" da Drogaria São Paulo.


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Quem sofre de timidez sabe muito bem como é difícil se expressar naturalmente e tomar qualquer tipo de iniciativa. Basta enfrentar situações que exigem certa desinibição, que o coração acelera, as palavras desaparecem, o rosto fica vermelho e o tempo parece durar uma eternidade. Realmente, quem é tímido sofre bastante no dia a dia. Mas será que existe alguma maneira de deixar alguém mais extrovertido?

A timidez é uma manifestação de temperamento caracterizada pela tendência à ansiedade. "Não é uma patologia, mas sim um traço do caráter que a pessoa tem e pode ser desenvolvido durante seu processo de formação, determinando assim a personalidade. É possível herdar geneticamente a timidez, como parte do temperamento dos pais, mas isso não é uma regra", explica Alexandre Bez, psicólogo especialista em relacionamentos, ansiedade e síndrome do pânico.

A timidez pode durar toda a vida, mas tende a diminuir com o passar dos anos. Algumas pessoas podem sentir vergonha em determinadas ocasiões, mas não em todas, o que caracteriza a timidez situacional. Por exemplo, ter receio de se apresentar em público é algo comum para a maioria. Mas isso não impede ninguém de se relacionar normalmente com os outros.

Já o tímido crônico enfrenta obstáculos em praticamente todos os setores da vida. Tem dificuldade em fazer amigos, falar com estranhos, arrumar parceiros amorosos, enfrentar situações novas, apresentar seminários, participar de reuniões, defender seu ponto de vista, entre outros. Muitas vezes, sua inibição é confundida com antipatia ou comportamento antissocial.

DEIXANDO A VERGONHA DE LADO
Não é incomum casos de crianças tímidas que se tornam adultos desinibidos. Isso ocorre porque a convivência social acaba fornecendo a habilidade necessária para lidar com diferentes situações. Mas há pessoas que continuam bem discretas e pouco falantes por toda a vida. "Em alguns momentos, a timidez é até favorável. O importante é se sentir bem, ter consciência do que se gosta ou não. Se existe algo que incomoda ou atrapalha o desempenho profissional e a vida social, vale a pena analisar mais a fundo a situação. As transformações só acontecem se a pessoa quiser", defende Madalena Cabral Rehder, psicóloga, psicoterapeuta e coordenadora do Núcleo de Especialização em Psicodrama de Sociodrama de Santo André e Região.

Mas a realidade é que a timidez pode atrapalhar (e muito) a vida dos menos extrovertidos. Na maioria das vezes, o tímido também convive com sentimentos negativos como insegurança, baixa autoestima e até depressão. Quando isso ocorre, vale a pena recorrer à ajuda médica. "A terapia é o método mais eficiente, já que a timidez é um aspecto emocional. Quanto à medicação, apenas em casos extremos de ansiedade causada pela timidez", lembra Bez.

"O tímido costuma se relacionar muito bem via internet e celular, já que se sente protegido pela máquina. Mas é necessário aprender a entrar em relações pessoais. A dica é freqüentar espaços em que se sinta seguro, podendo inclusive iniciar nos espaços virtuais que tenha grupos de pessoas e posteriormente, quando confiar um pouco mais nos relacionamentos, freqüentar clubes, praticar esportes coletivos entre outras atividades", aconselha Madalena.

FOBIA SOCIAL
Vale lembrar que timidez não deve ser confundida com fobia social, um transtorno mental que se caracteriza pelo medo excessivo de ser o centro das atenções. Muitas vezes, quem sofre desse mal fica incapacitado de realizar ações consideradas normais, como comer em público, assinar um cheque, dirigir enquanto é observado, falar em público, etc. Os fóbicos podem apresentar sintomas físicos como tremores, sudorese, sensação de bolo na garganta, dificuldade para falar, mal-estar abdominal, diarréia, tonteiras e falta de ar. Por ser uma doença, deve ser tratada com medicação e psicoterapia.

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Gostaria de comentar as partes em que destaquei...
Minha autoestima já foi muito, mas muito baixa, principalemente na adolescência, mas depois que saí da escola e de vários outros acontecimentos, tudo mudou. Já com relação aos fóbicos apresentarem sudorese, tremores e sensação de bolo na garganta, de vez em quando eu ainda sinto, principalmente quando se trata de alguma entrevista, ou alguma situação nova, ou seja, estes sintomas são apresentados também pelos tímidos...

Você que está lendo, o que acha?

sábado, 4 de setembro de 2010

Começando...

Oi para quem estiver lendo este Blog!
Começar é bem difícil (e terminar também). Decidi criar este espaço para que seja de tímido para tímido; para que possamos nos identificar e também desabafar; para que possamos mostrar nossa história de superação (ou não) e, quem sabe ajudar a nós mesmos e a todos que passam pela mesma situação.

Esta idéia surgiu da vontade que eu tinha de encontrar alguém com o mesmo "problema" (e falo isso entre aspas, porque a timidez pode ajudar em algumas situações, porque podemos ser discretos sempre e quando necessário, por exemplo, mas também atrapalha muito a nossa vida, nos impedindo, muitas vezes, de aproveitar as oportunidades que a vida nos dá).

Espero que este seja um espaço agradável para todos que o visitarem...


TÍMIDOS UNIDOS, JAMAIS SERÃO VENCIDOS! (espero)