terça-feira, 15 de março de 2011

Ahh... A infância...



Que maravilha é ser criança!

Sabem qual é a diferença entre ser criança e ser adulto? Muitos diriam que as crianças brincam, se divertem e estudam e já os adultos apesar de também terem seus momentos de diversão, têm responsabilidades, trabalho, contas a pagar etc, etc...
Bom, no meu caso eu diria que a diferença entre os dois é que, a única coisa que as crianças precisam fazer para se enturmar é inventar/criar novas brincadeiras para passar o tempo. Já os adultos para se enturmarem, precisam inventar/criar novas conversas/assuntos para passar o tempo.

De vez em quando, aos finais de semana, as minhas primas vem nos visitar e trazem os filhos ainda pequenos (de 3 a 13 anos de idade). Como todo tímido que se preze, eu sou péssima para "fazer sala" para as visitas; geralmente quem faz isso é a minha mãe. Se o assunto entre elas estiver interessante e eu tiver o que comentar, eu participo, mas se não for o caso, eu prefiro estar junto das crianças.
Acredito que tanto uma parte quanto a outra já conhecem muito bem o meu jeito de ser, ou seja, quando vêem que eu estou interessada em conversar, aí a ala dos "adultos" me chamam pra "bater papo", mas se eu estiver meio quietinha no meu canto, aí a ala das "crianças" me chamam para brincar.

Esta semana não foi diferente. Neste caso eu estava mais quieta, até que meu primo me perguntou por um jogo da Mônica que eu tenho guardado em casa, então eu fui buscar pra ele brincar com as outras crianças e o deixei no chão. Logo, meu primo apareceu e me chamou para brincar com eles e, sem pestanejar, eu fui ( o que já não é novidade :P).

Não sei se é só pela minha timidez que eu prefiro e acho mais fácil estar com as crianças, mas talvez seja também porque aos 11 anos de idade eu tive que mudar de escola. A mudança foi bastante drástica na época. Na escola onde eu estudava, pessoas entre 10 e 14 anos todavía eram crianças como eu era; brincavam de pega-pega, esconde-esconde, boneca, carrinho, pipa, amarelinha... mas quando eu cheguei na nova escola, crianças entre 10 e 14 anos já pareciam pessoas mais desenvolvidas, adultas, não brincavam de nada, só pensavam em namorar, ficar, e então essa foi mais uma razão pela qual eu não conseguia fazer amizade com as pessoas da minha idade naquela época. Eu não via as pessoas correndo pelo pátio, não via nada do que eu via na outra escola. A única vez em que eu via crianças correndo pelo pátio era em aulas vagas e eram crianças de 7 anos, e no caso eu já estava com 14, porém eu pensava comigo "Nossa! Eu adoraria que eles me chamassem para brincar!", mas nada acontecia.
Eu acredito que se o Peter Pan tivesse me chamado para viver com ele na Terra do Nunca naquele dia eu iria sem pensar duas vezes! ^_^

Voltando ao assunto de "fazer sala". Este sábado eu praticamente fui "obrigada" a fazer sala para uns primos que eu ainda não conhecia, mas que me foram apresentados pelo meu pai. Minha mãe tinha saído e meu pai me deixou sozinha com o casal de irmãos desconhecidos. Chamei eles (meio sem querer chamar) para ir para a sala (já que entraram pela cozinha), fiz de conta que ia arrumar a televisão e depois me sentei. Dei um sorriso (meio sem querer dar), até que a minha prima (desconhecida até então) começou a puxar assunto, depois meu primo, que ele sorria tanto ao falar que nem conseguia fechar a boca. Logo, para o meu alívio, chegou a minha mãe (a "fazedora de salas" profissional) e depois o meu irmão. Ufa! Estava livre de inventar novos assuntos! Se bem que, para a minha sorte, eram eles que inventavam... :D

Eles me pareceram muito simpáticos, mas acredito que eu teria me saído melhor se eles não tivessem me pegado de surpresa num dia em que eu estava desarrumada, gripada e, ainda por cima, com um marca enorme da picada de um pernilongo na minha bochecha. Que dia excelente para visitas!

No final das contas, eu acho que, na verdade, independentemente de eu ser ou não tímida ou de superar ou não a timidez algum dia, sempre existirá na minha alma aquela criança que eu fui e que de vez em quando "aparece" no meio de brincadeiras em família. Esta é, na verdade, uma das coisas que eu não pretendo mudar em mim...