segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vencendo na marra!

Se não dá para ser aos poucos, quem sabe na marra?

Toda semana eu vou à Igreja, já que me sinto muito bem indo. Sem falar que é uma maneira (ou um pretexto) de eu sair um pouco mais de casa. Eu fiquei vários anos sem ir à Igreja e não gostava muito, pra dizer a verdade. Até que minha mãe me convidou há um ano atrás pra que eu fosse com ela fazer um curso para a crisma e eu fui. A palavra de ordem do curso era "perseverança". Este ano eu voltei a fazer o curso de tanto que eu tinha gostado do primeiro. Mas eu confesso que o primeiro foi melhor.
Nesse curso nós temos que perseverar em tudo; em ir à Igreja sem ficar com preguiça; ir ao curso faça sol ou faça chuva, vento, frio, calor... e eu perseverei e persevero até hoje.

Percebi que na Igreja nós somos praticamente "obrigados" a vencer a nossa timidez. O Padre, muito simpático, na maioria das missas, nos diz: "Olhe para a pessoa que está ao seu lado e diga a ela que ela é uma pessoa abençoada" ou qualquer frase do tipo. Geralmente a pessoa que está do meu lado é alguém que eu não conheço (infelizmente) e é muito difícil falar qualquer palavra, qualquer frase que seja sem ficar com o rosto avermelhado de vergonha. Depois eu fico observando "sutilmente" o ambiente pra ver se alguém me viu ficar vermelha.
Esta semana foi assim. Eu acho que eu fico mais vermelha quando penso que alguém está vendo a minha reação e não apenas pelo fato de eu ter dito uma pequena frase para uma pessoa desconhecida. Quando a vermelhidão desaparece, a única coisa em que eu penso é "Espero que o Padre não me faça dizer mais nada a ninguém"... Bom, obviamente há dias em que eu estou mais receptiva e é até interessante este tipo de experiência, mas tem dias como este em que a única coisa que eu quero é assistir à Missa sossegada sem ter que passar por essa situação.

Mas no fundo no fundo eu sei que isso é bom pra mim (mesmo que eu não goste); é bom pra eu deixar um pouco a timidez, afinal foi assim que eu melhorei a minha comunicação.

Ai... por que é que tem que ser tão complicado?

sábado, 18 de setembro de 2010

O Mistério dos Óculos

Desde pequena eu já usava óculos, mas na adolescência eles me causaram muitos problemas por serem um pouco grandes. Hoje eu ainda os uso, mas só em casa (nem pensar em sair com eles por aí he he, e olha que eu saia hein?)

É interessante que a maioria dos tímidos usam óculos, né?
Não sei quanto aos outros tímidos, mas na maioria das vezes, eu os usava para me "esconder" por trás deles, mas, como isso seria possível? Eles eram tão grandes, que apareciam primeiro que eu. Atualmente eles são até "charmosos". Mas na época da escola, não faziam o menor sucesso, mas serviam como "escudo". Sem eles eu me sentia totalmente "nua", por incrível que pareça.

Outra coisa interessante é: por que todo mundo acha que todo tímido que usa óculos é superinteligente e CDF? Nossa! O que tinha de gente me pedindo pra explicar a lição de casa!
Gente! Pelo amor de Deus! Os tímidos são pessoas normais, porém com menos sociabilidade. Nós temos nossas matérias favoritas, nós mandamos bem em umas e mal em outras. Matemática, por exemplo, nunca foi o meu forte e, a única vez em que tirei a nota mais alta eu guardo até hoje como relíquia. Coisa rara!

Bom, voltando ao tema principal... uma vez eu fui para o recreio da escola (acho que hoje nem existe mais o termo "recreio", acho que dizem "intervalo"- é a modernidade... :P) sem os meus óculos... me perguntaram se eu estava usando lentes de contato... Hmm... será que todo tímido que usa óculos é míope? Tudo bem que meus óculos eram grandes, mas eram de descanso, qualquer pessoa podia usá-los.

Até nos filmes sobre tímidos, a maioria usa óculos; nas novelas... Se lembram da "Betty, a Feia"? Pois é. Será que é um carma que nós tímidos carregamos? Ou será que são as pessoas que nos estereotipam demais?

Afinal, é bom lembrar que nem todo tímido usa óculos, e nem todos que usam óculos são tímidos (só eu e mais um milhão de pessoas ao redor do mundo)...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

LIBERDADE


"Gaivota, que vôa longe, vôa tão alto...
Gaivota, que sempre vôa atrás de um alvo.
Nunca desista, Gaivota triste, siga seu canto,
Siga seu canto, que eu te encontro em outro lugar..." ♪♫


 


Na postagem anterior, eu falei sobre liberdade; a liberdade que (creio) toda pessoa que é tímida gostaria de ter... A minha "carta de alforria" chegou em dezembro do ano passado.

Em agosto de 2009 fui trabalhar na empresa de cosméticos NIASI. Lá conheci duas pessoas (Natália e Ariana) que se tornaram minhas melhores amigas e as únicas que souberam conversar de maneira natural comigo.
Conheci primeiro a Ariana, uma pessoa totalmente diferente de mim: segura de si mesma, exuberante, extrovertida. Uma pessoa que conversa sobre tudo e com todos sem a mínima inibição. Já no primeiro dia parecia que a gente se conhecia de muito tempo atrás. (lindo, né?)
Já a Natália é super parecida comigo, tanto na timidez, quanto na sua história de vida. Descobri com ela, que existia mais alguém como eu rondando por aí.
Com as duas aprendi muitas coisas...

Em dezembro, a NIASI ia realizar uma festa entre os funcionários. A Ariana insistiu para que eu fosse, mas eu disse a ela que só iria se a Natália também fosse, porque eu não queria me sentir um peixe fora d'água. O próximo passo foi convencer a Natália a ir também e convencemos!

No dia da festa eu me propus a fazer duas coisas: dançar e me divertir. Eu nunca tinha ido a festas que não fossem familiares e mesmo assim, nunca dancei em festa alguma nem na frente de niguém, ficava sempre pelos cantos, sentada. Só dançava sozinha comigo mesma.
Mas nesse dia eu disse "Eu vou dançar! Eu não vou sair dessa festa sem dançar, sem me divertir. Eu não vim até aqui pra ficar sentada. Hoje não!" Pois foi dito e feito. No começo eu fiquei sentada observando (me habituando ao ambiente). Até que a Natália, que também é tímida foi dançar, já que ela gostava muito. Eu também estava com muita vontade de dançar, mas não tinha coragem até então. Até que eu disse a ela "Agora eu vou dançar! Vamos?!" Nem ela nem a Ariana acreditaram! Depois a Ariana ia me ensinando alguns passos e foi muito divertido.

Vou dizer uma coisa. A Natália pode até não saber, mas ela foi a pessoa que me motivou a dançar. Por ela também ser tímida, facilitou muito para que eu desse esse passo pra superar a timidez e me divertir pela primeira vez numa festa sem me importar com o que os outros iriam pensar no dia seguinte. Eu tive medo de não me divertir, de ficar pelos cantos escondida. Por isso, eu agradeço muito à Ariana e a Natália por terem me permitido alcançar esse dia de liberdade.

Espero que todos os tímidos possam sentir a mesma sensação, que possam agarrar com toda a força as oportunidades, que possam dizer "SIM, EU VOU!" mesmo que este "sim" possa dizer "hmm, não sei, será que vai ser legal? Não quero me arriscar..."... eu me arrisquei, pode parecer bobagem para quem não é tímido, mas dançar numa festa onde não se conhece ninguém é um grande avanço. E este foi um passo importantíssimo para mim.

Nesse dia eu me libertei!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

7 de Setembro - A Independência

Hoje comemoramos o dia da Independência do Brasil. E relembrarei alguns trechos retirados de um livro (não gosto de procurar na internet ) dos fatos que aconteceram para que a independência fosse possível.

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COLÔNIA DE NOVO? NÃAAOOO!

As medidas  de recolonização que causaram revoltas no Brasil foram:
  • a extinção das repartições públicas e dos tribunais criados por João VI;
  • que os governos das províncias brasileiras ficariam independentes do Rio de Janeiro e que só deviam obedecer ao governo de Portugal;
  • a volta imediata de Dom Pedro para Portugal;
  • a criação de um imposto extra de alfândegas do Brasil, com a clara intenção de restabelecer o monopólio;
  • o envío de novas tropas para o Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia.
Com isso, começava  a se organizar o movimento de independência apoiado pela Inglaterra, pois as Cortes Portuguesas pretendiam elevar para 30% as taxas alfandegárias sobre os produtos ingleses desembarcados no Brasil.
Os protestos se avolumavam. As camadas sociais mais ricas procuravam convencer Dom Pedro a aceitar a independência (para preservar suas propriedades).

Em 9 de janeiro de 1822, foi levado ao príncipe regente Dom Pedro um abaixo-assinado com quase 8 mil assinaturas de aristocratas e representantes do comércio, pedindo a Dom Pedro que ficasse no Brasil e defendesse os brasileiros contra as pretensões recolonizadoras das Cortes (que ficou conhecido como o Dia do Fico com a frase "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que eu fico").

Em agosto foi assinado um decreto considerando inimigas todas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil.
A Independência precipitou-se com a chegada de um ultimatum português ao Rio de Janeiro anulando os decretos do príncipe e ameaçando mandar tropas ao Brasil, caso Dom Pedro não voltasse imediatamente para Portugal.
Para avisar a Dom Pedro (que estava em São Paulo) e convencê-lo a manter seu compromisso com os brasileiros, José Bonifácio enviou um mensageiro, que se encontrou com Dom Pedro na tarde  do dia 7 de setembro, nas margens do Riacho do Ipiranga, onde o príncipe descansava da viagem que havia feito a Santos, no litoral paulista.

Ao ler as cartas e o ultimatum português, Dom Pedro disse: "... Soldados! estão desatados os laços que nos unem a Portugal! A partir deste momento o nosso lema será: Independência ou Morte!".
Era a separação definitiva. Finalmente o Brasil oficializava a sua independência política de Portugal.



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Bom, eu dei uma bela resumida (ainda que o texto esteja grande).
O motivo de eu ter mencionado esta passagem, é que nós brasileiros fomos libertados do regime colonial que havia naquela época. (Uhuuuuuu!) Nos tornamos povos independentes!

Mas... e os tímidos? Quando nós iremos adquirir a nossa própria independência?; Quando poderemos caminhar pelas ruas, falar em público, dançar, fazer qualquer coisa livremente sem que tenhamos vergonha ou medo do que os outros vão pensar?; Quando poderemos dizer com firmeza e segurança "ahh, quer saber? eu não tô nem aí!" ?; Quando nos libertaremos de nossos próprios pensamentos, muitas vezes, negativos?; Quando poderemos fazer o que quisermos sem o receio de sermos ou não notados?

Pessoalmente, eu já disse a frase "ahh, eu não tô nem aí! Eu vou fazer o que eu realmente sinto vontade." e quer saber? Eu tive esse dia de liberdade. Mas, mesmo que eu tenha tomado alguma atitude, eu ainda não me libertei dos meus receios... 

Há uma música da cantora Thalía (meu ídolo) que representa muito bem o sentido de liberdade; o sentido de querer gritar, falar, "voar" mas não conseguir; o sentido de querer fazer uma revolução dentro de nós mesmos... o sentido de querer viver...
A música se chama "En Silencio". Abaixo deixarei a minha tradução livre, juntamente com o vídeo da música original:

EM SILÊNCIO

Aqui estou, na guerra de emoções.
Aqui estou, sem dor nem paixão. Oh, não...
Respirando solidão, leio em livro liberdade.
Em desenhos animados descrevendo tudo e nada de mim.

Reverberação, há uma razão.
Bate em meu coração uma canção.
Em um vôo sem límites. Em um vôo sem limites.

Quero cantar sem limites.
Quero voar sem limites.
Quero viver sem limites.
Em silêncio... recordar...

Aqui estou, num mundo de ilusões.
Aqui estou, sem paixão nem temor. Oh, não...
Respirando solidão, leio em livro liberdade.
Em desenhos animados descrevendo tudo e nada de mim.

Reverberação, há uma razão.
Bate em meu coração uma canção.
Em um vôo sem límites. Em um vôo sem limites.

Quero cantar sem limites.
Quero voar sem limites.
Quero viver sem limites.
E em silêncio... recordar... recordar...

Shhh...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Uma Alma Tímida

Depois da postagem sobre o que é a timidez, chegou a hora de eu contar a minha história. Se você que estiver lendo quiser me contar a sua história será muito bem-vindo(a)!



Sou tímida desde toda a minha vida, porém minha timidez foi piorando quando alcancei a adolescência.
Quando a gente é criança é muito fácil, muito simples fazer amigos. Depois, quando eu comecei a mudar de escola, aos nove anos, foi que surgiu os primeiros "sintomas" da timidez, que até então, estava escondida.
Eu tinha duas melhores amigas na primeira escola, e mesmo que a gente tenha mudado juntas para outra escola e ficado na mesma sala, os problemas foram aumentando, porque as professoras passaram a escolher com quem deveríamos fazer os trabalhos em grupo, e eu acabava ficando longe delas, e comecei a falar muito pouco.

Quando voltamos à escola antiga, continuamos na mesma sala, mas em lugares separados. O que aconteceu? As minhas melhores amigas arranjaram outras amigas e começaram a passar mais tempo com elas, me deixando de lado. Depois eu tive que me mudar de escola e de cidade (aos 11 anos de idade, quase 12)...

Na nova escola eu não consegui me adaptar e as coisas só pioraram. Se eu já estava falando pouco na escola em que "cresci", imagina numa escola onde eu não conhecia nem as formigas! Fiquei nessa escola até o final do colegial, e do mesmo jeito que entrei, saí: muda. Claro, "muda" é uma forma de expressão. Eu falava apenas o necessário ou quando me perguntavam alguma coisa. Alguns até tentavam conversar ou ser meus amigos, mas eu não sentia confiança.

Já no primeiro ano nessa escola eu briguei com uma menina que dizia que eu tinha pegado algo da mochila dela, sendo que na verdade, ela tinha mexido na minha mochila. Mas a briga não foi só de palavras não, foi com tudo o que se tem direito (por assim dizer). Ela me empurrou, eu empurrei ela e depois haja cabelo pra contar história! Foi puxação de cabelo pra todos os lados, e só paramos quando dois meninos nos separaram. A classe estava lotada de "espectadores", e eu que fazia o possível para não ser notada, acabei sendo o centro das atenções com direito a falatório por todos os lados durante semanas "foi aquela menina quietinha que brigou no outro dia"... "Nossa! Fiquei sabendo que você brigou com uma menina! Bem que dizem que os quietinhos são os mais perigosos, hein!?"

No ano seguinte e em todos os anos, eu fiquei conhecida como "a menina mais quieta da escola". Mesmo que eu quisesse, não tinha como alguém não me notar. Ficar quieto num canto sem falar com ninguém é realmente a pior maneira de se "esconder". 

Mas, para a minha sorte, entrou um menino que era a minha versão masculina. Quando ele entrou, eu finalmente deixei de ser a única pessoa mais quieta da escola. 
Então as coisas foram mudando. As pessoas (algumas poucas) passaram a me aceitar mais e eu fui me comunicando mais.

Depois da formatura tudo mudou. Eu procurei fazer cursos de informática, a trabalhar... tudo pra que minha timidez fosse diminuindo, e realmente diminuiu. O que eu era na época da escola ficou lá. Não posso dizer ainda (infelizmente) que me livrei da timidez. Fazer amizades, falar com desconhecidos, em público, ou expor o que eu penso é uma dificuldade muito grande. Até pra marcar alguma coisa num hospital é difícil. Minhas mãos tremem quando eu não conheço as pessoas. Esta semana mesmo, eu estava num posto de saúde, e a recepcionista me perguntou se eu não estava passando mal porque eu estava tremendo, e eu lhe disse que não, que apenas sentia muito calor (claro, o sol estava de rachar naquele dia realmente), mas juntando isso com minha timidez parece que o problema é bem maior.

Bom, acredito que somos tímidos porque fomos apresentados ao mundo, muitas vezes de forma "forçada", pelo menos no meu caso foi assim. Mudar repentinamente de escola, de ambiente, de vizinhos, de costumes, pode ter me deixado tímida. É um dos fatores. Mas como diz também a matéria que postei anteriormente, pode ser também algo hereditário; minha mãe "diz" que já foi tímida quando era mais jovem e que só deixou a timidez quando teve a mim  e ao meu irmão, já que ela tinha que ir às escolas, a reuniões e isso fez com que ela se livrasse da timidez. Mas eu digo que ela "diz" entre aspas, porque todas as aventuras que ela me conta de quando era mais jovem não são atitudes de quem já foi tímido, então eu não tenho muita certeza desta "herança".

Bom, realmente a timidez, pra mim, ainda é um mistério a ser desvendado.
Por certo, vocês verão muitas vezes fotos da Katara do desenho animado Avatar postada por mim. É que eu me identifico com ela; o jeito de ela arrumar o cabelo, se vestir e agir.



domingo, 5 de setembro de 2010

Ai, que vergonha!

Pra começar, seria interessante falar um pouco sobre o que é a timidez e por que somos tímidos. Muitas pessoas não entendem e não aceitam o nosso jeito de ser...
Esta matéria a seguir eu tirei de uma revista que tenho aqui em casa que se chama "Ponto de Encontro" da Drogaria São Paulo.


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Quem sofre de timidez sabe muito bem como é difícil se expressar naturalmente e tomar qualquer tipo de iniciativa. Basta enfrentar situações que exigem certa desinibição, que o coração acelera, as palavras desaparecem, o rosto fica vermelho e o tempo parece durar uma eternidade. Realmente, quem é tímido sofre bastante no dia a dia. Mas será que existe alguma maneira de deixar alguém mais extrovertido?

A timidez é uma manifestação de temperamento caracterizada pela tendência à ansiedade. "Não é uma patologia, mas sim um traço do caráter que a pessoa tem e pode ser desenvolvido durante seu processo de formação, determinando assim a personalidade. É possível herdar geneticamente a timidez, como parte do temperamento dos pais, mas isso não é uma regra", explica Alexandre Bez, psicólogo especialista em relacionamentos, ansiedade e síndrome do pânico.

A timidez pode durar toda a vida, mas tende a diminuir com o passar dos anos. Algumas pessoas podem sentir vergonha em determinadas ocasiões, mas não em todas, o que caracteriza a timidez situacional. Por exemplo, ter receio de se apresentar em público é algo comum para a maioria. Mas isso não impede ninguém de se relacionar normalmente com os outros.

Já o tímido crônico enfrenta obstáculos em praticamente todos os setores da vida. Tem dificuldade em fazer amigos, falar com estranhos, arrumar parceiros amorosos, enfrentar situações novas, apresentar seminários, participar de reuniões, defender seu ponto de vista, entre outros. Muitas vezes, sua inibição é confundida com antipatia ou comportamento antissocial.

DEIXANDO A VERGONHA DE LADO
Não é incomum casos de crianças tímidas que se tornam adultos desinibidos. Isso ocorre porque a convivência social acaba fornecendo a habilidade necessária para lidar com diferentes situações. Mas há pessoas que continuam bem discretas e pouco falantes por toda a vida. "Em alguns momentos, a timidez é até favorável. O importante é se sentir bem, ter consciência do que se gosta ou não. Se existe algo que incomoda ou atrapalha o desempenho profissional e a vida social, vale a pena analisar mais a fundo a situação. As transformações só acontecem se a pessoa quiser", defende Madalena Cabral Rehder, psicóloga, psicoterapeuta e coordenadora do Núcleo de Especialização em Psicodrama de Sociodrama de Santo André e Região.

Mas a realidade é que a timidez pode atrapalhar (e muito) a vida dos menos extrovertidos. Na maioria das vezes, o tímido também convive com sentimentos negativos como insegurança, baixa autoestima e até depressão. Quando isso ocorre, vale a pena recorrer à ajuda médica. "A terapia é o método mais eficiente, já que a timidez é um aspecto emocional. Quanto à medicação, apenas em casos extremos de ansiedade causada pela timidez", lembra Bez.

"O tímido costuma se relacionar muito bem via internet e celular, já que se sente protegido pela máquina. Mas é necessário aprender a entrar em relações pessoais. A dica é freqüentar espaços em que se sinta seguro, podendo inclusive iniciar nos espaços virtuais que tenha grupos de pessoas e posteriormente, quando confiar um pouco mais nos relacionamentos, freqüentar clubes, praticar esportes coletivos entre outras atividades", aconselha Madalena.

FOBIA SOCIAL
Vale lembrar que timidez não deve ser confundida com fobia social, um transtorno mental que se caracteriza pelo medo excessivo de ser o centro das atenções. Muitas vezes, quem sofre desse mal fica incapacitado de realizar ações consideradas normais, como comer em público, assinar um cheque, dirigir enquanto é observado, falar em público, etc. Os fóbicos podem apresentar sintomas físicos como tremores, sudorese, sensação de bolo na garganta, dificuldade para falar, mal-estar abdominal, diarréia, tonteiras e falta de ar. Por ser uma doença, deve ser tratada com medicação e psicoterapia.

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Gostaria de comentar as partes em que destaquei...
Minha autoestima já foi muito, mas muito baixa, principalemente na adolescência, mas depois que saí da escola e de vários outros acontecimentos, tudo mudou. Já com relação aos fóbicos apresentarem sudorese, tremores e sensação de bolo na garganta, de vez em quando eu ainda sinto, principalmente quando se trata de alguma entrevista, ou alguma situação nova, ou seja, estes sintomas são apresentados também pelos tímidos...

Você que está lendo, o que acha?

sábado, 4 de setembro de 2010

Começando...

Oi para quem estiver lendo este Blog!
Começar é bem difícil (e terminar também). Decidi criar este espaço para que seja de tímido para tímido; para que possamos nos identificar e também desabafar; para que possamos mostrar nossa história de superação (ou não) e, quem sabe ajudar a nós mesmos e a todos que passam pela mesma situação.

Esta idéia surgiu da vontade que eu tinha de encontrar alguém com o mesmo "problema" (e falo isso entre aspas, porque a timidez pode ajudar em algumas situações, porque podemos ser discretos sempre e quando necessário, por exemplo, mas também atrapalha muito a nossa vida, nos impedindo, muitas vezes, de aproveitar as oportunidades que a vida nos dá).

Espero que este seja um espaço agradável para todos que o visitarem...


TÍMIDOS UNIDOS, JAMAIS SERÃO VENCIDOS! (espero)