quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"Espelho, espelho meu..."

Como é que está a sua auto-estima?


Já ouvi dizer que timidez é conseqüencia de auto-estima baixa, não sei se chega a ser verdade, mas na minha adolescência eu costumava comprar aquelas revistas astrológicas que vinham com algumas simpatías e entre elas, as relacionadas à timidez: "Como perder a timidez em uma semana/mês/ano". Na verdade eu nunca acreditei nessas coisas, eu só comprava essas revistas porque o que falavam das características do meu signo "batiam" com as minhas características. Mas numa dessas simpatías, havia uma que era tão simples, mas tão simples que eu achava que nunca daria certo, então deixei de lado essa história de simpatía. Porém, sem perceber, com o passar do tempo eu acabei fazendo tudo o que sugeria naquela revista. Na verdade não é uma simpatía e sim algo que somos capazes de realizar com o poder da mente (Ohhhh :D). Isso eu acabei aprendendo num livro que li há alguns meses atrás chamado "O Segredo/The Secret".


A idéia tanto da revista que eu li quanto do livro é a de "apagar" todos os nossos defeitos ou os defeitos que achamos que temos e pensarmos somente no que temos de melhor.
Na minha adolescência eu me achava tão, mas tão inferior, que não conseguia encontrar nada de bom em mim. Isso acabava se refletindo para fora, porque as pessoas tampouco conseguiam ver que eu tinha qualidades. Eu me preocupava muito com o que as pessoas iriam pensar. Eu deixava de me arrumar do jeito que eu queria por vergonha de alguém dizer alguma coisa (ou boa ou ruim) sobre mim. Detestava a idéia de ouvir alguém dizer "Nossa, que roupa estranha!" ou até um "Nossa, como ela tá bonita!". A idéia de que alguém iria perceber a minha mudança me fazia continuar com o cabelo preso, roupas folgadas e sem nem um pingo de feminilidade. 
Uma vez decidi passar bem de leve um batom, mas bem de leve mesmo! Então, um garoto que estudava comigo percebeu e falou para o outro "Olha! Ela já tá até usando batonzinho!" Episódios como este me impediam de usar, fazer ou vestir o que eu quisesse.


Quando terminei o colegial, eu comecei aos poucos a olhar para mim mesma, a me vestir com as roupas que eu gostava, a fazer várias coisas diferentes com o meu cabelo (menos pintar, é claro :P), coisas que eu nunca tinha feito. Mas eu não fazia isso na hora de sair pra algum lugar, eu fazia isso pra mim mesma, pra me ver no espelho. Aí eu fui descobrindo que eu tinha qualidades... 
Era chegada a hora, então, de descobrir outros "talentos"... descobri que tudo o que eu gostava de fazer eu fazia bem. Se bem que se a gente não gosta do que está fazendo, obviamente não irá fazê-lo bem.  Comecei a fazer cursos e a fazer novas amizades e descobri que eu não era uma zero-à-esquerda, que as pessoas podiam gostar de mim, que eu podia ser legal para elas. Comecei a trabalhar e descobri que eu era uma pessoa eficiente no que fazia.


Assim, eu fui juntando tudo o que eu tinha de melhor e só pensando nessas coisas. Confesso que ainda me sinto inferior em algumas situações, talvez seja pela timidez ou mesmo por alguma falta de auto-estima que ainda esteja aqui dentro, mas muitas vezes eu paro e volto a pensar no que eu tenho de bom. Às vezes funciona, às vezes não, mas assim é a vida. Quem nunca caiu alguma vez?...