quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz Natal (atrasado) e um 'extrovertido' Ano Novo!

Oi gente! Apareço aqui novamente para desejar a todas as pessoas tímidas (ou não) que visitam o meu blog (ou não :P), um ótimo 2011! Que possamos superar a nossa timidez, que possamos ter mais coragem para falar com as pessoas, aproveitar as oportunidades, mesmo que seja difícil dizer um "SIM" quando na verdade desejamos dizer "não", só porque é mais "confortável".

O Natal eu passei na casa da minha madrinha e de outros tios meus. Meu irmão, que é totalmente o oposto de mim, foi a sensação da festa! Ele é um verdadeiro profissional da dança! Eu gosto de dançar, mas na frente de familiares eu travo totalmente, então, a minha alternativa foi filmá-lo com uma câmera enquanto ele dançava com a namorada/noiva (foi ele quem a ensinou). (Desta vez a câmera foi o meu "escudo" pra me enturmar (:D)).
O video eu deixo aqui abaixo pra vocês darem uma olhada. Eu não apareço (lógico! XD), afinal sou eu que estou filmando.


 

Lá na festa, mesmo sendo entre família, a gente sempre acaba encontrando pessoas desconhecidas, e então começam as apresentações...
Uma de minhas primas, que mora em Salvador-Bahia, apresentou a filha, marido e a sobrinha (que mais parecia irmã) do marido.
A sobrinha foi a que mais me chamou a atenção, porque ela se expressava muito bem ao falar. Não sei se vocês já sentiram essa sensação, mas ao ver o seu modo de falar eu pensei "Que maneira bonita de falar! Gostaria de me expressar assim também." Me pareceu muito simpática! Porém, só uma coisa me deixou meio sem ação, pois enquanto ela conversava com a esposa de um outro primo meu, ela disse que não gostaria de ser como eu, já que a timidez atrapalha na hora da comunicação. O jeito que ela falou, foi como se a minha timidez fosse algo errado, quase um pecado (por dizê-lo de alguma forma). Na hora da despedida, eu a perguntei se ela era professora, ou alguma coisa parecida e ela respondeu que sim, que dava aulas lá em Salvador.


Em contra-partida, há quem goste do meu jeito de ser. A esposa desse primo que eu falei, disse que gostaria de ser como eu, já que muitas vezes ela fala pelos cotovelos e acaba metendo os pés pelas mãos em uma ou outra situação, e que na verdade, a minha timidez até ajuda quando não se pode dizer o que não deve. Ela também disse pra eu não ligar quando alguém quiser tentar me mudar, porque o meu jeito é simples e único.
É interessante como pode-se perceber diferentes visões numa só festa, e como algumas pessoas podem baixar o seu astral e outras, logo em seguida, elevá-lo... (ainda bem que não foi o contrário)


Bom, por esse ano é só. Espero que o ano de 2011 seja o ano em que nós tímidos poderemos divertir-nos intensamente, amar e sermos amados, falar e sermos ouvidos, dançar sem sermos notados (ha ha XD)... o ano em que todos nós poderemos alcançar todos os nossos objetivos. Existem tantas coisas que desejamos em nosso coração, que às vezes até esquecemos de pedir na virada do ano, mas que certamente quando a gente menos espera acontece, e a única coisa que podemos fazer é ACREDITAR.

FELIZ ANO NOVO!!! ☼

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O (tímido) Sexto Sentido

Como eu já havia dito anteriormente, desde o começo do ano eu estava fazendo um curso na igreja que se chama "Escola da Fé". Esta semana termina. Mas antes de acabar, todos nós participamos de um retiro. Eu também havia comentado que esse tipo de "atividade" praticamente nos obriga a largar a timidez; pedem pra gente pular enquanto canta e faz com que a gente dance mesmo sem querer. É até divertido! Eu, pelo menos, faço todo o possível pra deixar um pouco de lado o meu jeito "fechado" de ser. Por fora -como aconteceu nesse dia- eu posso estar bem animada, alegre, mas por dentro eu digo "Ai, espero que isso acabe logo, meu Deus!" (:D)

Um dos pregadores, -que tem mais ou menos a minha idade- disse que antes de entrar para a igreja ele era muito tímido; que se trancava dentro do banheiro, quando tinha visitas em casa, e só saía quando as mesmas saíam. Isso me fez lembrar uma professora de psicologia que eu tinha, pois ela fazia a mesma coisa.
Olhando para os dois, é praticamente impossível dizer que eles já foram tímidos alguma vez na vida. Falam muito bem, se expressam muito bem. São pessoas que eu considero extrovertidas.
Essa professora de que eu falei me ajudava muito no colegial, me dava várias dicas, que no final eu até consegui me soltar mais, mas não o quanto eu gostaria. Bom, dar dicas é uma coisa, agora praticá-las ao pé da letra é outra. ( ha ha XD)


O retiro já tinha acabado, e minha mãe e eu já estávamos prestes a ir embora, quando de repente, ela resolve ir dar um abraço no rapaz que estava pregando no retiro. Até aí, tudo bem. Eu fiquei de longe observando e esperando que ela viesse ao meu encontro. Logo, vejo que os dois começam a dar risada, depois eu vejo que ele olha pra mim. Eu já começo a achar que estão falando de mim. Depois ela se despede dele e ele, num sinal de cumprimento, acena com a cabeça para mim (o_O). O que eu fiz? Tratei de me retirar daquele lugar o mais rápido possível!


Quando a minha mãe "resolve" aparecer, eu lhe pergunto o que diabos ela estava falando com o sujeito. Ela diz que falou pra ele que eu também era tímida, e que o jeito dele era parecido com o meu. Imaginem só a minha cara! (o_O) Pois então, não era só a minha imaginação! Eles realmente falavam de mim. Que vergonha... que vergonha! Eu ainda acabo encontrando a capa de invisibilidade do Harry Potter, que só assim mesmo, pra me esconder rapidamente sem ser vista...

Geralmente falam que quando um tímido imagina que as pessoas estão falando dele, é só uma impressão boba, mas eu acho que nós temos um sexto sentido muito aguçado. Claro, muitas vezes pode ser mesmo só impressão nossa, mas dentre essas "muitas vezes" a impressão pode ser o que realmente é.


P.S.: Só pra constar, eu sou católica e é essa a igreja que eu freqüento.  :P

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

NO ÔNIBUS

Muita gente acha andar de ônibus desagradável, cansativo e chato. E geralmente é, principalmente se o dito cujo está lotaaaaaado de gente. A coisa piora se for um dia de muito calor.
Mas fora isso, é um lugar interessante para conhecer pessoas novas (e para paquerar também :D). Eu, particularmente, adoro andar de ônibus! Sempre tem alguma pessoa interessante por lá.


Gosto de ficar observando o que cada uma está fazendo: umas lêem livros; outras, ouvem música e ficam batendo a mão na perna, como se fosse um tambor; algumas falam ao celular em voz bem alta, ou então ficam jogando algum joguinho pra passar o tempo; uns olham no relógio e assopram o ar em sinal de descontentamento...


Quando eu me canso de observar quem está dentro do ônibus, eu olho para o lado de fora da janela, que é quando começa a ficar mais interessante ainda: pessoas correm, atravessam a avenida, e também fazem as mesmas coisas que quando estão no ônibus; lêem livros, ouvem música, falam ao celular, olham o relógio ou simplesmente esperam, no ponto, o ônibus chegar.
Outra coisa interessante, é que pessoas com ternos e gravatas, ou vestidos glamourosos, ou simplesmente pessoas que aparentemente parecem ser "bem de vida" também andam de ônibus, e olha que não são poucas!

E os tímidos? Será que dá para identificar um tímido dentro de um ônibus?
Bom, geralmente ninguém começa a "bater-papo" com desconhecidos dentro do ônibus (só a minha mãe mesmo :P), então todos poderiam ser considerados como "tímidos" também.


Essa semana, eu consegui identificar um tímido no ônibus, além de mim...
Quando ele entrou no ônibus, eu desviei o olhar, porque senti que já estava ficando vermelha (¬¬). Ele não era nenhum galã das nove: usava óculos, camisa azul, calça social e usava uma mochila (enorme). Tinha uma beleza simples, não era feio, mas certamente não era o tipo de rapaz que a maioria das moças paquerariam à primeira vista (só eu mesmo)...
Como eu percebi que ele era tímido também? Geralmente quem é tímido, traz no pacote o programa "sou atrapalhado e fico sem-graça por isso".


No colegial eu tentava tirar algum proveito do meu jeito atrapalhado de ser (que conste que hoje estou quase "curada"). Eu sempre acabava deixando algum material escolar cair no chão; o estojo aberto cheio de coisas era mestre em cair. Eu via aqueles filmes super românticos em que a mocinha derrubava alguma coisa no chão e o rapaz a ajudava a recolher essas coisas e os dois acabavam se apaixonando e viverem felizes para sempre... Nossa! A cada dia eu me imaginava naquela cena e esperava ansiosa para que aquele dia chegasse, mas... as únicas pessoas que se davam ao luxo de me ajudar eram as minhas "colegas" de classe. Os rapazes? Com certeza bem longe do meu estojo! Só para vocês terem uma idéia do quanto eu era atrapalhada, toda vez que eu levantava uma cadeira para levá-la para outro ambiente da sala, todos abaixavam a cabeça com medo de eu derrubá-la (e geralmente eu derrubava).

(Por certo, parei de ver filmes de romance. Vi que não dava muito certo e passei a assistir filmes de "comédia romântica", já que são menos decepcionantes, e de quebra, são mais divertidos, o que melhora muito a minha vida, XD)

O rapaz do ônibus, não precisou chegar a esse ponto para eu perceber sua timidez. Ele passou pela catraca, pegou o troco com o cobrador e se posicionou em uma das traves do ônibus, justamente bem em frente de onde eu estava. Abriu desengonçadamente a mochila (que estava quase caindo) e colocou o dinheiro lá dentro, até que caiu uma moeda. Parecia que ele já ia para o fundo do ônibus tentando segurar a mochila e então meus olhos olharam para ele e ele olhou para mim. Minha mão se moveu sozinha apontando para a moeda que havia caído, e eu, na voz mais baixa possível, apenas disse "caiu..." (o_O). Ele acenou com a cabeça em sinal positivo, ficou vermelho, pegou a moeda, disse "obrigado!" e se retirou rapidamente para o fundo do ônibus. Nessa hora eu já tinha virado o meu rosto para o outro lado, para que não vissem a minha cara (acho que todo mundo percebeu, afinal o ônibus estava cheio). Ave Maria!

 
Derrubar uma moeda ou qualquer outra coisa que seja, qualquer pessoa  derruba, mas só quem é tímido fica vermelho ou sem-graça por isso e ainda faz "questão" de demonstrar.
 "Infelizmente" esse rapaz desceu do ônibus antes de mim, e eu, novamente, só pude observá-lo do lado de fora da janela.