sábado, 16 de junho de 2012

Quem tem boca vai à Roma...

... mas quem tem pernas também! 


Quantas vezes você teve que andar muito para só depois poder perguntar qual era o caminho certo?

Semana passada estive numa entrevista de emprego, e me dei conta de que eu demoro muito para perguntar para as pessoas qual é o caminho para chegar em tal lugar.

Me lembrei que em todas as entrevistas de emprego que eu estive na minha vida eu tive que andar muuuuito (talvez por isso eu seja tão magra? :D). Uma vez eu fui prestar um concurso para os Correios e fui com o meu pai de carro. Chegando lá, meu pai me perguntou "Você sabe como voltar, né?" e eu com toda a certeza lhe disse "Sim, eu sei!" só que eu pensava que o caminho que o carro dele fazia era o mesmo que o ônibus fazia. Quando terminei de fazer a prova dos Correios fui toda confiante no caminho contrário do carro. Entrei numa rua cheia de casas, muito deserta. Lá no final havia uma avenida; tentei chegar até ela. Só que quanto mais eu andava, mais longe ficava a avenida. Quando eu achava que estava perto, me decepcionava e continuava a andar. Creio que andei por cerca de uma hora. O pior é que era inverno e eu estava com uma blusa de lã, porém nessa hora fazia sol e eu não queria tirar por nada a minha blusa. Quando cheguei finalmente na avenida decidi perguntar qual era o ponto que passava o ônibus que eu queria, porém era uma época em que as pessoas andavam muito desconfiadas umas das outras. Fui tentar perguntar para uma mulher e ela, por pouco, não saiu correndo, só respondeu rapidamente "Pergunte ali na polícia". Acabei perguntando num ponto de táxi. Me explicaram e fui pra casa. O importante é que cheguei. 

Achei que essa seria a última vez em que andaria tanto, mas me enganei... 


Noutra entrevista para entrar para uma fábrica de cosméticos pequei novamente por não perguntar antes. Meu irmão me acompanhou na entrevista que estava sendo dada num lugar muito longe da minha casa. Além de dois ônibus, tinha que pegar mais um trêm. No dia seguinte fui sozinha e estava certa de que sabia o caminho. E mais uma vez segui pelo lado errado. Quando desci do trêm, ao invés de seguir adiante, voltei para trás. Como sabem, o ponto do trêm é diferente do ponto do ônibus, é mais longo. Pois foi o que eu fiz, voltei um ponto atrás do trajeto do trêm. Eu olhava lá no fim do horizonte e estava certa de que estava chegando no local da entrevista, e mais uma vez, quanto mais eu andava, mais perdida me encontrava. A cada pessoa que passava por mim, ao invés de eu perguntar, eu dizia
"já está chegando, não vou perguntar". Só fui perguntar quando finalmente cheguei num ponto de ônibus, e me disseram que eu teria que pegar um ônibus de volta, porque eu havia feito o trajeto contrário do trêm. Imaginem só a minha cara de desespero! Eu já estava super atrasada e saber que eu tinha andado para trás me deixou mais nervosa ainda. Eu já estava suando tanto por causa do cansaço quanto por causa do nervosismo do atraso. Era tão perceptível o meu desespero que as pessoas do ônibus até perceberam. Uma mulher até me ofereceu o lugar para que eu sentasse (eu não estava me sentindo tão mal assim, apenas estava suando e nervosa, mas ela pensou que eu estava passando mal). Só que isso fez com que eu ficasse mais nervosa ainda, porque o ônibus inteiro estava com os olhos voltados para mim de tanto que a mulher me perguntava o que eu tinha, se eu me sentia bem... 
Na hora de descer a agradeci pela gentileza. É difícil encontrar pessoas que cedam o lugar para uma pessoa jovem como eu. Eu não imaginava que isso iria acontecer. Mas no final deu tudo certo, fiz a entrevista e consegui o emprego. 

Depois disso, mais uma vez pensei que essa fase de "caminhada" havia passado. Que ilusão! 


Semana passada fui numa outra entrevista para um Shopping. O caminho até o local eu sabia, já que outra vez eu tinha feito uma entrevista no mesmo lugar, porém a empresa era em outra rua. Para completar estava chovendo demais e não havia placa mostrando os nomes das ruas. Desta vez decidi perguntar. A cada passo que eu dava eu perguntava aonde ficava tal rua e a cada passo me diziam uma coisa diferente
"Daqui à duas ruas entre à esquerda", eu entrava. "Xiii, volte tudo e vire à direita", eu virava. "Olha, segue essa rua, vire a primeira à esquerda e a primeira à direita. Logo você verá um prédio enorme; é lá!" Fiz tudo certinho, tentava olhar as placas "invisíveis" e quando "supostamente" cheguei no lugar indicado... Cadê o número?! 
Perguntava para as pessoas que estavam nos números próximos e ninguém sabia me responder. Andei uma rua adiante para ver se encontrava e nada. Voltei, perguntei, segui, virei... voltei novamente e perguntei num número mais próximo ainda e, finalmente, esse sim sabia onde era e me indicou o lugar. Encontrei! 

Pensam que acabou por aí? Não! Até chegar a esse lugar eu andei cerca de meia hora ou mais. Pra completar eu estava com um sapato baixo (por quê eu não fui de tênis? - me pergunto até agora). Meu sapato molhou todo de tanto pisar nas poças de água enquanto procurava a bendita rua e o bendito número debaixo de uma chuva intensa. A barra da minha calça, então, nem se fala! E olha que o meu guarda-chuva não é de "mocinha", é daqueles grandes que cobrem tudo (só para que tenham uma idéia da dimensão da chuva). Cheguei no local mais de 40 minutos depois do combinado; atrasadíssima e molhada! 

Como aquele era o meu "dia", não terminou por aí. Me deram um formulário para eu completar e depois disso "chá-de-cadeira"! Até que por fim, apareceu a moça que nos iria entrevistar (já que não era só eu que havia me atrasado). Na sala da entrevista foi tudo muito bem. A coisa começou mesmo na hora de sair dessa sala. Senti que meu sapato meio que grudava no chão e pensei
"Caramba! Será que meu sapato está tão molhado que até está grudando? Que coisa estranha!". Ela deu uma redação e eu fiz. Terminei, me levantei e caminhei até a recepção onde eu teria que entregar a redação e, ao olhar para trás, para a cadeira onde eu estava sentada, imaginem!!! Havia um CHICLETE grudado no chão branquinho da empresa (que, por certo, toda hora a faxineira passava pra lá e pra cá limpando), logo supus que vinha do meu sapato. Fiquei mais nervosa ainda, e ao sair de lá, olhei para debaixo do meu sapato e constatei que realmente havia um chiclete enorme grudado ali e muito à vista, então pensei "Que droga! Por quê ninguém me avisou?!", "De onde surgiu?" (se eu tivesse visto um chiclete no sapato de alguém eu avisaria). Sinceramente eu não sei como ele foi aparecer ali. Quando eu cheguei na empresa ele não estava ali. Ô dia, viu! 

Para voltar para casa foi fácil. O difícil foi me lembrar a cada instante que eu poderia ter ido de tênis e evitado essa vergonha. Porém a vergonha maior é não perguntar quando se tem que perguntar ou perguntar para as pessoas erradas ao invés das que sabem o caminho certo. 


Só sei que eu sou um bom exemplo do ditado que diz
"Quem não se comunica, se trumbica."

4 comentários:

  1. adoro seu blog super me identifico quando vc vai voltar a escrever to esperando ate criei um blog sobre timidez tambem se puder da uma olhada http://superandotimidezagora.blogspot.com.br/

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  2. Isso acontece comigo direto, mas em escalas diferentes. Antigamente eu passava por essa situação de relutar ao máximo perguntar para as pessoas onde fica meu destino. Até que finalmente, num belo dia eu era o mesmo tímido, mas com um carro.

    Se a pé eu não perguntava para ninguém, imagine andando de carro! E meu senso de direção nessas horas parece que desaparece por completo... eis que eu consigo algo que provavelmente é a conquista de todo tímido que não quer perguntar nada: GPS.

    Hoje em dia, eu confesso que estou cometendo um grave erro ao depender tando do GPS, ao mesmo tempo que me torno mais tímido por saber que não preciso perguntar para mais ninguém onde quero chegar. E agora, mesmo sem boca eu posso ir à roma... desde que não acabe a bateria do GPS no caminho...

    rsrs

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  3. Obrigada pela visita "Anônimo" e por deixar o link do seu blog. Logo, logo passo por lá.

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  4. Ledark! kkkkkkkkkk Essa foi boa! Pois é, para os tímidos a melhor solução é ter um GPS mesmo. Seria bom um para os pedestres também. rs

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